"Reflexo invertido"
És feito de uma capa dura que protege a tua sensibilidade
delicada.
No teu ar sério gravas os passos de teus pais, com a vida encarada sempre em cima dos pés.
No teu ar sério gravas os passos de teus pais, com a vida encarada sempre em cima dos pés.
É o caminho, e faz-se caminhando sozinho ou com dez à tua volta.
Aprendes a olhar com os olhos que te foram dados e emprestados para absorveres
o mundo como ele é, na sua beleza, fealdade e bondade, e de quem dá o que de
melhor tem para oferecer.
Gravas as pessoas na
tua memória com a delicadeza de quem faz um desenho a tinta da china, e com a
tua inteligência consegues transformar as palavras em retratos que tu próprio
sabes bem captar e que são os espelhos invisíveis que nos rodeiam.
Tens energia de um vulcão que se confunde com a razão nas
horas incertas. Tentas falar ao coração, e as ondas gravadas no teu corpo vão-te lembrando da força
que está nos teus braços, nas tuas mãos.
Bebes um copo e deixas-te levar pelo fumo das anestesias que se vão fumando.
Bebes um copo e deixas-te levar pelo fumo das anestesias que se vão fumando.
Ouves a música que o dia te inspira e sorris para o mundo
com a sensação de liberdade que muitas vezes só consegues ter sozinho.
Tu, o olhar e a máquina, que de forma despercebida vão
flashando para o mundo na esperança de um reflexo.
Joana Castro
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