quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Outono



O som agudo das folhas secas fere o ouvido dos que de uma forma displicente ainda usam os pés descalços. 
É o som da Mãe.
A Natureza que na sua simplicidade e beleza nos impõe com a sua vontade desde sempre.
Neste presente que já foi amanhã, as folhas vão desmaiando sossegadamente deixando um manto de sonhos coloridos nos nossos passos. 

Joana Castro

terça-feira, 24 de setembro de 2013


Amanhece



A paleta de cores surge no horizonte.
Num ambiente sideral, quase terreno, o astro renasce diariamente numa mestria volúvel perante a rotina a que o planeta nos confina.
A Natureza impõe sem arrogância a sua sensibilidade, na forma como nos faz viver dia após dia.
E, nesta humildade de conhecimento que se prostra perante nós, transcendem-se os pensamentos numa respiração mais plena.


Joana Leite Castro



segunda-feira, 23 de setembro de 2013



SOMBRAS



Acumulam-se pensamentos...
 Em caixotes de cartão antigo,
O cheiro ainda nos transporta numa viagem pelos sonhos ébrios de quem lê contos fantásticos sorvendo um copo de vinho.
Nesse mosto que foi trabalho árduo de alguém, todavia purgador de inquietações  perturbadoras da paz de espírito do homem comum, procuramos recuperar anamneses que esperançosamente nos permitam dar um sentido pleno à vida .
Um sentido humano e etéreo nos estilhaços que as nossas sombras espalham sob a massa amorfa circundante.

Joana Leite Castro

segunda-feira, 20 de maio de 2013


A primavera quente de outrora tarda.
Zangou-se a Mãe Natureza com o Deus das religiões pela leviandade do comportamento humano.
Este, que de vez quando somos nós, e noutros dias tu e eu olvidamos que esta casa é de todos.
Até lá, florescem as tulipas em tons violeta, anunciando um prematuro luto da sua condição.