quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ponto de viragem


"Quão estranho pode ser o Homem.
Tem por vício usar apenas um dos sentidos.
A visão, ou o olfacto, ignorando a ligação mágica que todos os outros trazem em conjunto.
Vê, mas apenas pelo seu sentido verbal.
Não vai mais além, penetrando a fundo na realidade dos sentidos, ouvindo o que a alma tem para dizer.
E assim, um dia após o outro, vive neste supérfluo sobreviver onde as pessoas são apenas máscaras.
Umas mais exuberantes que outras. Mais brilhantes, ou simples apenas.
As máscaras caminham, falam, pavoneiam-se, enfeitiçam,
toldando a plenitude da visão conjunta dos que se deixam levar pela literal acção do verbo.
E o sorriso simples e profundo que emana escondido ao nosso lado é esquecido, ou até ignorado!
A luz do verdadeiro sorriso, como todo o ciclo da Natureza, estará sempre pronta para renascer e brilhar num dia cinzento.
Quem sabe até poderá seguir o vento rumando a outros inícios.
Afinal, a alma estará sempre pronta para mais uma lua cheia,
E hoje é mais um dia..."