"Era o tempo das amizades visionárias (...)" disse-me uma vez Sophia...
Numa tarde onde a Primavera surgia como a de Caeiro, e as Folhas Caídas voavam ao leve sabor do vento, partilhava leituras com Fernando Pessoa. Alertava-me este em jeito de fado e com letra de Ricardo, aristocrata subentenda-se, que "Somos quem somos, e quem fomos foi coisa vista por dentro."
Ficaram-me as palavras no pensamento, na alma.
Contudo, há "palavras que nos beijam" e que nos arrebatam no silêncio, neste vazio que as pessoas deixam quando insistem em bater com a porta. Deixam apenas a ausência. Mas a ausência, ao jeito adocicado de Drummond, é "Um estar em mim (...)" e isso "ninguém a rouba mais de mim".
Lembrou-me uma daquelas canções de Jobim, que embalam qualquer um no cantar do violão, aquecendo o coração.
Olho as horas...
O tempo, esse fez-se tarde se pensarmos no passado.
Mas, nas realidades paralelas, o tempo não existe.
"Quem és tu Romeiro?"
"Ninguém!"
(...)
Joana Castro
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